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Mostrando postagens de 2008

Rumo a Sumé - Convite para Lançamento de Livros

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Aí Sonielson fez o convite que eu queria fazer: lançarmos juntos, em Sumé, os nossos livros. Aproveitar o ensejo do dia 8 de dezembro, festa de padroeira... Aproveitar a desculpa dos livros para visitar Sumé, ponto de partida e laboratório poético... Aproveitar e reencontrar velhos amigos... Então, sim, Sumé, próximo destino. Você está convidado para chegar lá. Dia 6 de dezembro, às 16 horas, no São Tomé Esporte Clube. Os livros a se lançar são os que aparecem acima, no convite. Eu e Sonielson nos apresentaremos um ao outro... Brevemente, claro, porque o que importa mais é o bate-papo informal com os amigos e velhos conhecidos que esperamos encontrar por lá. Obrigadíssima, Sonielson, por esse empurrãozinho...

Triste Fortaleza, ó quão dessemelhante...

O verso do título é de Gregório de Mattos, meados do século XVII e, em vez de Fortaleza, lia-se “Triste Bahia”. Mas é Fortaleza e as suas dessemelhanças (e inospitalidade) que me motivam agora, tempo de campanha para prefeito, a escrever um pouco. Vejo, sinto e me angustio todos os dias com as dessemelhanças em Fortaleza. Elas se expressam dos mais diversos modos e circunstâncias, mas é ao tráfego que me dedicarei aqui. Todos os dias me coloco no lugar dos pedestres que têm de atravessar a BR-116 à altura da Aerolândia. São milhares de trabalhadores que cotidianamente, no início da manhã, se arriscam entre os carros em alta velocidade para não chegarem atrasados nos seus empregos. Não tenho a estatística dos mortos, mas certamente aquele é um dos nossos mais importantes “pontos de óbito”. Do trecho que me concerne, viaduto da Oliveira Paiva, até a rotatória da Aguanambi, há apenas uma passarela. Isto já seria, em si, uma agressão àqueles trabalhadores. Mas a dessemelhança, o paradoxo, ...

Sobre a paixão

(in Solidão Equilibrista , Edições UFC, 2008) De que serve a paixão senão para transmutar o dia em borboletas, ruídos em vagalumes, e nuvens em deuses, cometas, zumbis? de que serve a paixão senão para me envolver nessa nuvem de desejo e me transformar numa mulher esguia, leve, com idéias e desejos se desprendendo de minha alma como bolhas de sabão? de que serve a paixão senão para nos transformar um pouco? nos carregar com as suas vagas para o meio do mar, e nos abandonar lá, no escuro, sem vento e sem prancha? de que serve a paixão senão para ver a dor tomando todos os cômodos da casa? todos os poros das paredes, móveis, lençóis? escorrendo devagar por todas as frestas e ralos? de que serve a paixão senão para deixar este deserto maior do que o Saara dentro de mim? É assim: quando se vai a paixão resta um oceano inteiro a se navegar... O mundo se apresenta em vestes menos espalhafatosas; meio cinzento, meio rosa-clarinho, às vezes amarelo-pálido... breves visões de oásis... Eu, me ol...

Brasileiras e samba em Chicago: modelando-se à luz do desejo do outro

(Este trabalho foi apresentado no Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder. Florianópolis, de 25 a 28 de Agosto de 2008. Disponível também no http://www.fazendogenero8.ufsc.br/sts/ST65/Bernadete_Beserra_65.pdf ) Taís descobriu-se sambista por acaso. Convidada por um irmão recém-chegado de Londres, aventurou-se a sair de Mount Prospect à noite para uma visita ao Mad Bar, onde o Chicago Samba se apresentava às quintas-feiras. Acostumada à sua vida mais tranquila e confortável no subúrbio, Chicago era, até então, algo distante, que não fazia muito parte da sua vida, a não ser durante o período de fim de ano, quando vinha com amigas olhar as luzes e a decoração natalinas. Da primeira dessas visitas, um trauma. Estacionou o carro numa das ruas que desembocam no Lago Michigan e quando voltou para pegá-lo, ele havia sumido. Foi assim aprendendo as regras daquela cidade bonita, mas intrigante. Inóspita? Não, hoje ela aprendeu que não e não consegue acreditar que não viu aquela placa de est...

Viagem Chile-Peru: de Santiago a San Pedro de Atacama

(Ainda para Circe, que gosta de viagens, de poesia e sempre me comove como o diabo!) Santiago, Aeroporto Merino Benitez. 5 de fev 2008. 7:30am Estou escutando Sampa (C Veloso) e, depois de dois dias intensos, finalmente parando por uns minutos enquanto espero o voo para Calama. De lá, pegaremos um táxi (?) para San Pedro de Atacama. Deborah sabe quase tudo que a espera, mas eu nao sei de nada, nao planejei nadas, mas tenho certeza de que saberei distinguir o que faz do que nao faz sentido fazer. Ontem à tarde, encontramos, nas Bellas Artes, um bairro daqui perto do centro, uns amigos seus que estavam vindo dessa aventura e, pelo que contaram, lembrei de Jericoacoara e todos aqueles passeios para turistas... alguns dos quais muito interessantes. Lembro-me particularmente de uma lagoa azulzissima onde eu e Marcus comemos o "melhor" peixe frito das nossas vidas. ====== Quando estávamos vindo pro aeroporto no taxi dirigido por Abner, conhecido da Deb, eu pensava sobre a integraça...

De quantos 11 de Setembro precisamos?

(o artigo abaixo foi publicado no jornal O Povo, alguns dias após 11 de Setembro de 2001. Resolvi postá-lo agora, sete anos depois, porque ainda o considero atual e também como testemunho de que permaneço ancorada no tempo presente) Foram confusos os meus sentimentos quando o meu filho me chamou para ver na televisão as primeiras notícias sobre o ataque ao WTC. Fazia pouco mais de um ano que havíamos voltado de uma temporada de 5 anos em Los Angeles e estávamos nos sentindo ainda muito ligados à vida e aos amigos americanos. Confesso que senti-me aliviada pelo fato de que o ataque era contra New York, não contra Los Angeles. As chances de que alguém conhecido estivesse àquela hora no WTC eram desprezíveis. Pelo menos eu não teria que chorar por ninguém em particular e anuviar, com isto, a minha primeira reação que foi, para susto e protesto dos meus filhos, a de satisfação. Não satisfação com a dor e a miséria de tantas pessoas. Satisfação porque alguém tivera a coragem de protestar, n...

Muad’Dib, o anjo Francisco Gabriel e outros mistérios deste mundo de meu Deus...

Verdade: após ler os primeiros dois ou três comentários de Muad’Dib, desconfiei que ele fosse uma manifestação do meu anjo da guarda, Francisco Gabriel. Somente ele, tão próximo de mim, saberia como me atingir tão certeiramente. Então, estava eu me apaixonando pelo meu próprio anjo da guarda!? Por que havia ele escolhido o mundo virtual para se manifestar? Parece iconoclastia, blasfêmia, mas nenhuma novidade há nisso, inclusive dentro da própria igreja católica. Lembro-me particularmente do erotismo presente nos poemas de Santa Teresa de Ávila a Jesus Cristo. E Jesus Cristo, do jeito que é apresentado pela igreja católica, parece mais irmão do que pai... E é a idéia por trás do Deus-filho. Não somos deus, mas também somos filhos... Do mesmo jeito fui levada a pensar sobre os anjos: no mesmo nível dos irmãos e primos: uma proximidade e uma camaradagem difícil de encontrar nas relações entre diferentes. Um incesto menos grave, digamos assim. Logo depois dos primeiros comentários quis sab...

Viagem Chile-Peru: rumo à Santiago

a Circe Vidigal e Mari Chiba, que gostam de diários e viagens, (estou postando esses relatos porque alguns amigos pediram... Eles se referem à viagem que fiz ao Chile/Peru em fevereiro deste ano da graça de 2008... Os computadores que "frequentei" tinham teclados diferentes dos nossos e nem sempre pude ser fiel ao meu amado idioma) Santiago, 4 de fevereiro de 2008 Sao quase 8 horas e parece ainda de madrugada. Ficamos de sair de casa para um tour por Santiago la pelas 11... Tempo de sobra para digitar as anotacoes feitas ate agora. Aeroporto Guarulhos, 3 de fevereiro, 9:30am Quero voltar agora aa tempestade mental que me envolvia enquanto eu esperava na fila do check-in da Varig. Pensava no quanto as viagens me excitam; me carregam pra outros mundos e me poem em contato com os meus sentimentos mais profundos. Me poem em contato com o ser livre que ainda sou e que em tantas circunstancias imagino morto. Percebi, desde que cheguei ao hotel, que trouxe mais roupas do que o nece...

Reencontro II

a Lúcia Couto Voltava de uma farra, ante-ontem, quase madrugada, quando encontrei o seu recado no orkut. Difícil me entregar a Morfeu quando Lúcia Couto "esfuziantemente" me convida à vigília e à memória: “Linda... louca... poetaaaaaaaaa!!!! Depois de muito clicar para cima e para baixo da maneira como minha cegueira cibernautica me permite, buscando fazer comentários no seu blog, cujo endereço consegui a partir de um encontro-fortuito-e-civilizado (num supermercado de shopping) com a Cláudia, caí na tua página do orkut...Uffffa é cansativo até pra narrar o fato. Enfimmmm...quero dizer que estou radiantemente esfuziante por te encontrar nas crônicas que li. O amor intelectual aflorou com força sumehriana!!!!! Beijos!” Ri, feliz: a Lúcia de sempre, a Lúcia apaixonada, querida, que conheci e convivi por vários anos desde 1983, quando nos encontramos naquela turma de mestrado de sociologia rural, no campus II (Campina Grande) da Universidade Federal da Paraíba. Era uma turma peq...

Reencontro

(Tantos encontros e reencontros que estas Sumehrianas estão rendendo... Amanhã falo mais sobre isto. Mas ofereço agora ao leitor este poema lindo que recebi de Lúcia Couto, uma mulher linda que tive o privilégio de encontrar no primeiro dia de aula do mestrado em sociologia rural, em Campina Grande, há quase mil anos... ou quando mesmo, meu Deus?) Para Berna Agora que as crianças dormiram Aquele sono de infância que nossas memórias guardam podemos, desde nosso silêncio ocidentalmente ocupadas recuperar liames enquanto pessoas amadas. Amor jamais corrompido Pelo tempo passado Entre um encontro e outro... Jamais consumido No cotidiano desencontrado De pessoas alheias Ou definhantes sentimentos Na hipocrisia pautados... Não...não fomos nós! Agora que as crianças dormiram Permitindo aos adultos a deixa De buscar seus próprios cerrados, Vamos nós por em dia Da nossa vida o regaço. Vamos nós de alegrias Preencher o terraço Da casa que não conhecemos Que não construímos E que talvez... tanto ...

“Solidão Equilibrista” no mundo, finalmente!

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Comecei a sonhar e viver o mundo dos livros antes de desenvolver qualquer consciência sobre o mundo mais concreto ao meu redor. Lembro-me, a partir dos dez anos, a felicidade que sentia quando ia aos Correios receber os livros que havia pedido às Edições de Ouro. Meu coração batia forte enquanto eu subia a ladeira da Sizenando Rafael correndo para chegar em casa e abrir logo o pacote. Até hoje guardo comigo o cheiro daqueles livros recém-chegados da longa viagem do Rio de Janeiro a Sumé... Entrei nesse mundo pelas mãos e histórias de Kátia, minha irmã mais velha, outra devoradora de livros. Na loja de papai, onde trabalhávamos todos, eu a ouvia, nos dias mais vagos da semana, conversando com seu Inojosa ou Seu Miguel Guilherme sobre os livros que estava lendo. Sempre achava fascinante aqueles mundos dos quais falava e o que mais queria era poder habitá-los. Não sei exatamente quando comecei a querer escrever livros... acho que foi desde que comecei a lê-los. Queria recontar as estórias...

Antes que Floripa e Jericoacoara se percam pra sempre...

Lar doce lar. Alívio e sofrimento... Alívio porque é bom mesmo chegar e espalhar tudo e não ter que negociar com ninguém o próximo passo, a próxima hora... Sofrimento porque, após esses primeiros instantes de usufruto da libertação do “outro”, tenho que me decidir sobre o que fazer com o meu excesso de liberdade... E agora, o quê? Quase igual à história do “pedi e obtereis” da prece, pedi ao meu chefe, Nicolino Trompieri, uma trégua naqueles cursos introdutórios de mil alunos e ele me concedeu... Agora estou ensinando apenas duas disciplinas: Antropologia da Educação, no curso de Pedagogia, e Pesquisa Etnográfica, na pós-graduação em Educação. Fizemos esse arranjo porque eu o convenci de que se não escrevesse o “livro” da pesquisa de Chicago agora, jamais escreveria. As aulas às turmas introdutórias de 50-60 alunos são uma espécie de alucinação da qual só me dou conta quando tudo passa, mas, enquanto dura, não dá para se envolver com mais nada, apenas seguir o conselho da Marta Suplicy...

A bela e provinciana Floripa

(Florianópolis (Córrego Grande), 26 de agosto de 2008) Quero começar explicando que não há nenhuma conotação pejorativa no adjetivo “provinciana” do título da crônica, ao contrário. Poderia ter usado outro adjetivo: aconchegante, por exemplo. Mas provinciana rende mais palavras, mais explicações. Então, eis porque. Ontem, enquanto caminhava com o Lucas para a casa de Felipe, seu amigo, me lembrava dos tempos de antigamente quando ia passar férias na casa de “vózinha” e caminhávamos do seu sítio/fazenda até o de Tio Ananiano. Claro que o Córrego Grande, bairro onde estou, não é tão rural assim, inclusive os latidos fortes dos pitbulls aqui e ali, que me assustavam e irritavam, também lembravam que estávamos numa cidade grande. Talvez tenha sido a familiaridade do Lucas com lugar o que me fez lembrar mesmo de “antigamente”: a casa do Felipe parecia ser uma extensão da sua. Caminhávamos pelas ruas como se elas já lhe pertencessem: tal como um anfitrião nos mostrando os vários cômodos da c...

"Finas fatias de viagem cortadas no ar..."

Aeroporto Pinto Martins, 25 de agosto de 2008 5:39am São coisas diferentes que fazemos em aeroportos e rodoviárias. A memória é vívida porque há apenas 4 dias fiquei esperando na rodoviária de Fortaleza para ir para Jericoacoara. Lá não enxergo nenhuma possibilidade de, como aqui, sentar no chão, perto de uma tomada, e ligar meu computador. Os passageiros já se espremem perto do portão de embarque. Nunca faço isso. Nunca fico na fila. Permaneço no saguão até o último instante; em geral sou das últimas a embarcar. Observei hoje, enquanto na fila do check-in, que aprendi a gostar de aeroportos. Inclusive, gostar dessa distância “ótima” que os passageiros estabelecem entre si: ninguém incomoda ninguém; ninguém pergunta nada a ninguém. E eu posso me perder em paz nos meus delírios, nas minhas escrevinhações... Há uns instantes senti como se tivessem acendido uma enorme lâmpada amarela atrás de mim. Meio incomodada me virei para ver o que era: o sol. Enorme, iluminadíssimo, amarelo-dourado....

De ficção e ficções...

No dia 13 de agosto, um dia antes de voltar ao Brasil, inspirada pelos comentários de Muad´Dib a postagens anteriores, escrevi a crônica “Um outro eu... mas qual?” Recebi vários comentários, mas um deles, o de Emma, provavelmente não foi compreendido por muita gente. Copio o que ela escreveu: “Lembranças... Berna, desde ontem à noite fiquei pensando em uma pegadinha que você me fez há uns 20 anos atrás... sobre uma paixão... e me veio à mente coisas desse tipo. Quem é quem no mundo de hoje? Quem é a criatura e quem é a criadora??? Seria divertido.” Emma sugeria que Muad´Dib fosse uma criação minha. Recebi o comentário como um elogio. Ela sugeria que eu era uma ficcionista tão imbuída do seu papel que transformava em ficção a própria vida. Conto agora a história da “pegadinha” do jeito que me lembro para depois voltar a falar de Muad´Dib. Longos idos meados da década de 1980. Estava me recuperando do final do namoro com Valdemar e dividia um apartamento com Emma C Siliprandi, em Campina...

Ganhando o mundo, camará!

(Jericoacoara, sábado, 23 de agosto de 2008, 6:56h) Acabo de voltar da padaria Santo Antônio , um dos pontos turísticos de Jericoacoara. Acordei 5:30, morrendo de fome e Júlio, um dos rapazes que cuida desta pousada, me indicou essa padaria, que abre todos os dias às duas da madrugada e fica aberta até enquanto há pão. É\ uma história simples e meio boba como quase todas as histórias das tradições. O dono, cujo nome esqueci de perguntar, costumava abrir 6 da manhã, com pães quentinhos. Com o aumento do turismo a fila que se formava de manhã foi crescendo e ele foi sentindo a necessidade de acordar mais cedo para ter condições de atendimento da demanda. O seu filho, o senhor que me serviu hoje, me disse que em geral começam a trabalhar umas 9 ou 10 da noite para às duas abrirem com pão fresquinho. Eu tinha algumas memórias da primeira vez que fui lá, em janeiro de 2001, quando estava namorando o Marcus. Lembrava-me de uma mesa longa, onde todos os fregueses sentavam juntos. E lembrava t...

El precio de la ignorancia (Final)

Quando escolhi este título para o conjunto de crônicas que termina com esta, a ignorância que estava em foco era a minha própria. Eu pensava particularmente na minha ignorância sobre a dinâmica da vida em geral e não especificamente a vida ou a justiça americana. Pensava em, ao final, oferecer um conselho: quando precisar saber sobre alguma coisa, particularmente sobre leis e justiça em terras estrangeiras, não procure os amigos, procure os especialistas. Se algum amigo for especialista no assunto, tudo bem, converse com ele, mas não deixe de procurar outros. Fui instigada a escrever sobre o tema, pelo enorme alívio que eu, Raquel e Nick sentimos após as duas entrevistas com advogados em Los Angeles. O último com quem conversamos, George S Castro, é brasileiro. Embora seja o dono de um escritório de advocacia e formado em Direito no Brasil, não é advogado na Califórnia. Tanto ele, quanto o anterior, Hector Ortega, pareceram ter bastante intimidade com a lei da imigração, embora nenhum ...

Um outro eu... Mas qual?

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Eu o reconheci desde a primeira sentença como se fosse aquela parte de mim que me aceita... O outro que me observa com a compaixão com que somente eu sou capaz de me observar... Um milagre quase. Percebe certa sofisticação na minha simplicidade... Será que ele também desconfia dela? Quero dizer, da simplicidade? Se é espontânea... ou fabricada? Afinal, não é meio paradoxal uma simplicidade sofisticada? Não creio que ele sugira que haja muito mais do que o que aparece, embora ele, como eu, sabe bem que o que aparece é apenas a ponta do iceberg. Há mais: tanto, tanto, tanto... Mas sendo o que aparece a ponta do iceberg, pelo amor de deus: é real! É confiável! É seguro... Ou não? De um jeito ou do outro: quem tem coragem de mergulhar? De desafiar a fantasia do que se enxerga na superfície? Adriana, minha querida amiga argentina, que me ensina sempre tanto sobre tudo no mundo, e que eu amo demais e de quem me custa muito me despedir, comentou um pouco sobre isto hoje... Meio por acaso... A...