
Comecei a sonhar e viver o mundo dos livros antes de desenvolver qualquer consciência sobre o mundo mais concreto ao meu redor. Lembro-me, a partir dos dez anos, a felicidade que sentia quando ia aos Correios receber os livros que havia pedido às Edições de Ouro. Meu coração batia forte enquanto eu subia a ladeira da Sizenando Rafael correndo para chegar em casa e abrir logo o pacote. Até hoje guardo comigo o cheiro daqueles livros recém-chegados da longa viagem do Rio de Janeiro a Sumé... Entrei nesse mundo pelas mãos e histórias de Kátia, minha irmã mais velha, outra devoradora de livros. Na loja de papai, onde trabalhávamos todos, eu a ouvia, nos dias mais vagos da semana, conversando com seu Inojosa ou Seu Miguel Guilherme sobre os livros que estava lendo. Sempre achava fascinante aqueles mundos dos quais falava e o que mais queria era poder habitá-los.
Não sei exatamente quando comecei a querer escrever livros... acho que foi desde que comecei a lê-los. Queria recontar as estórias lidas porque nunca me conformava com os seus finais... ou alguns dos seus desenvolvimentos. Por que elas tinham que ser contadas sempre do mesmo jeito?
Já a poesia, do jeito que compreendo hoje, me foi apresentada mais tarde, por Álvaro Luís Guedes Pinheiro quando nos encontramos no segundo ano científico, no Pio XI, em Campina Grande, 1977. Por isto e pelo amor que sentimos um pelo outro, dediquei Solidão Equilibrista a ele. É quase um filho nosso... Na verdade é um filho de muitos pais e mães... Mas a presença de Álvaro na minha vida foi crucial para que esse livro de poemas viesse um dia a existir. Meus filhos, Lucas, Raquel e Caio também. Por isso que dedico também a eles; "aos bem-te-vis do meu quintal... e a todos os seres e dúvidas que não me deixam dormir mais do que o necessário..."
Escrever poemas eu escrevo de vez em quando... Aqui e ali. Esporadicamente. Não sou uma poeta como é a Olga, o Zé Netto, ou era o Álvaro... É quase um milagre que tenha conseguido reunir o suficiente para um livro. Mas eu sempre quis contar e publicar estórias... Não que as escrevesse; de fato, escrevia apenas cartas e diários. As histórias eu apenas imaginava... Tinha medo da escrita, achava quase um sacrilégio escrever... Fui, através da antropologia, perdendo esse medo e, de vez em quando, escrevendo um conto ou rascunhando o início de um romance. Tenho arquivos e arquivos com contos e romances inacabados... Esperando às vezes, para serem concluídos, apenas algumas horas da minha dedicação...
Solidão Equilibrista é também filho de uma parte minha que não quer mais negociar com aquela que está sempre em fuga da literatura e se abriga, medrosa, nos relatos antropológicos e noutras formas de escrita que não têm tanto compromisso com a revelação da alma. Decidi publicá-lo desde que o meu livro, Brasileiros nos Estados Unidos, saiu, New York. O meu lado mais literário sentia-se meio traído... Como assim, primeiro a antropóloga e depois a escritora?
Juntei uns 30 ou 40 poemas e pedi ao Seu Carvalho para dar uma olhada e ver se se inspirava por aqueles versos o bastante para escrever um prefácio. Depois de poucos dias, recebi seu telefonema dizendo que já escrevera o prefácio; que gostara muito dos versos que eu lhe apresentara.
Poucos vezes na minha vida senti-me tão feliz quanto naquela tarde em que li, pela primeira vez, os seus comentários sobre o meu livro. Li e reli o seu “prefácio” centenas de vezes... Era uma carícia na minha alma... e que eu não queria que terminasse nunca... Isto foi há quase quatro anos, em fins de outubro de 2004. Depois que meu livro, Brazilian Immigrants in the United States: Cultural Imperialism and Social Class, saiu eu não tive mais sossego: fiquei viajando muito para dar palestras nos Estados Unidos e não tinha tempo de me dedicar a publicar o livro de poemas... Mas fui fazendo uma coisa e outra e outra parte importante do livro que foi feita já nesse período foi a capa: Kinha e Ado, amigos de Campina Grande, produziram uma capa que é a minha cara... É a cara do conteúdo do livro... Com todo o respeito pelas capas lindas que há por aí, a de Solidão Equilibrista é a mais linda do mundo...
Desde o ano passado, quando voltei de Chicago, iniciei o trabalho de produção do livro, dessa vez era sério, eu queria ver o livro publicado, mas não tinha pressa, queria que fosse bem produzido, afinal já esperara tanto tempo! Meu querido amigo, e ex-aluno, Gilberto Machado, me apresentou a dois artistas, seus ex-alunos do CEFET: Lyse Horn e Leo Brum. Eles ilustraram o livro. Então, é um livro superlindo, que até as crianças gostarão de pegar, de olhar, porque tem figuras! Aproveito para agradecer aqui aos dois pela disposição de se debruçarem sobre os meus poemas e se deixarem inspirar por eles para me ajudarem a produzir um livro mais bonito, mais delicado...
Mas foi o trabalho paciente de Yone Almeida que deu ao livro uma diagramação quase perfeita... Ela “vestiu” os poemas... brincando com elementos da capa nas páginas internas onde há espaço para tais brincadeiras... Uma graça... Thanks Yone, pela sua paciência e pelo seu entusiasmo. Completam o livro o posfácio de Ireleno Benevides, poeta e colega de UFC, e a orelha de Nilze Costa e Silva, conhecida poeta e fundadora e colega nos Poemas Violados. Não posso deixar de agradecer também à gentileza e paciência do editor, Cláudio Guimarães, e de todo o pessoal da imprensa universitária da UFC, sempre tão pacientes com as minhas demandas: Charles, Heron, Luiz Carlos, Leonora...
Então é isto: estou muito, muito feliz de dar a luz a esse livrinho tão querido e tão esperado... Vou já-já providenciar o seu lançamento em Fortaleza e nas cidades onde tenho amigos poetas... E aí convido todo mundo!
Não sei exatamente quando comecei a querer escrever livros... acho que foi desde que comecei a lê-los. Queria recontar as estórias lidas porque nunca me conformava com os seus finais... ou alguns dos seus desenvolvimentos. Por que elas tinham que ser contadas sempre do mesmo jeito?
Já a poesia, do jeito que compreendo hoje, me foi apresentada mais tarde, por Álvaro Luís Guedes Pinheiro quando nos encontramos no segundo ano científico, no Pio XI, em Campina Grande, 1977. Por isto e pelo amor que sentimos um pelo outro, dediquei Solidão Equilibrista a ele. É quase um filho nosso... Na verdade é um filho de muitos pais e mães... Mas a presença de Álvaro na minha vida foi crucial para que esse livro de poemas viesse um dia a existir. Meus filhos, Lucas, Raquel e Caio também. Por isso que dedico também a eles; "aos bem-te-vis do meu quintal... e a todos os seres e dúvidas que não me deixam dormir mais do que o necessário..."
Escrever poemas eu escrevo de vez em quando... Aqui e ali. Esporadicamente. Não sou uma poeta como é a Olga, o Zé Netto, ou era o Álvaro... É quase um milagre que tenha conseguido reunir o suficiente para um livro. Mas eu sempre quis contar e publicar estórias... Não que as escrevesse; de fato, escrevia apenas cartas e diários. As histórias eu apenas imaginava... Tinha medo da escrita, achava quase um sacrilégio escrever... Fui, através da antropologia, perdendo esse medo e, de vez em quando, escrevendo um conto ou rascunhando o início de um romance. Tenho arquivos e arquivos com contos e romances inacabados... Esperando às vezes, para serem concluídos, apenas algumas horas da minha dedicação...
Solidão Equilibrista é também filho de uma parte minha que não quer mais negociar com aquela que está sempre em fuga da literatura e se abriga, medrosa, nos relatos antropológicos e noutras formas de escrita que não têm tanto compromisso com a revelação da alma. Decidi publicá-lo desde que o meu livro, Brasileiros nos Estados Unidos, saiu, New York. O meu lado mais literário sentia-se meio traído... Como assim, primeiro a antropóloga e depois a escritora?
Juntei uns 30 ou 40 poemas e pedi ao Seu Carvalho para dar uma olhada e ver se se inspirava por aqueles versos o bastante para escrever um prefácio. Depois de poucos dias, recebi seu telefonema dizendo que já escrevera o prefácio; que gostara muito dos versos que eu lhe apresentara.
Poucos vezes na minha vida senti-me tão feliz quanto naquela tarde em que li, pela primeira vez, os seus comentários sobre o meu livro. Li e reli o seu “prefácio” centenas de vezes... Era uma carícia na minha alma... e que eu não queria que terminasse nunca... Isto foi há quase quatro anos, em fins de outubro de 2004. Depois que meu livro, Brazilian Immigrants in the United States: Cultural Imperialism and Social Class, saiu eu não tive mais sossego: fiquei viajando muito para dar palestras nos Estados Unidos e não tinha tempo de me dedicar a publicar o livro de poemas... Mas fui fazendo uma coisa e outra e outra parte importante do livro que foi feita já nesse período foi a capa: Kinha e Ado, amigos de Campina Grande, produziram uma capa que é a minha cara... É a cara do conteúdo do livro... Com todo o respeito pelas capas lindas que há por aí, a de Solidão Equilibrista é a mais linda do mundo...
Desde o ano passado, quando voltei de Chicago, iniciei o trabalho de produção do livro, dessa vez era sério, eu queria ver o livro publicado, mas não tinha pressa, queria que fosse bem produzido, afinal já esperara tanto tempo! Meu querido amigo, e ex-aluno, Gilberto Machado, me apresentou a dois artistas, seus ex-alunos do CEFET: Lyse Horn e Leo Brum. Eles ilustraram o livro. Então, é um livro superlindo, que até as crianças gostarão de pegar, de olhar, porque tem figuras! Aproveito para agradecer aqui aos dois pela disposição de se debruçarem sobre os meus poemas e se deixarem inspirar por eles para me ajudarem a produzir um livro mais bonito, mais delicado...
Mas foi o trabalho paciente de Yone Almeida que deu ao livro uma diagramação quase perfeita... Ela “vestiu” os poemas... brincando com elementos da capa nas páginas internas onde há espaço para tais brincadeiras... Uma graça... Thanks Yone, pela sua paciência e pelo seu entusiasmo. Completam o livro o posfácio de Ireleno Benevides, poeta e colega de UFC, e a orelha de Nilze Costa e Silva, conhecida poeta e fundadora e colega nos Poemas Violados. Não posso deixar de agradecer também à gentileza e paciência do editor, Cláudio Guimarães, e de todo o pessoal da imprensa universitária da UFC, sempre tão pacientes com as minhas demandas: Charles, Heron, Luiz Carlos, Leonora...
Então é isto: estou muito, muito feliz de dar a luz a esse livrinho tão querido e tão esperado... Vou já-já providenciar o seu lançamento em Fortaleza e nas cidades onde tenho amigos poetas... E aí convido todo mundo!