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De viagens e amores:

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Céus do Sertão - Viajando para Sumé À Emma, aniversariante de amanhã, e Gabi, que continuam esperando (e cobrando!) novas postagens E aí 2009 chegou... E também cheguei eu aqui, finalmente, depois de muita viagem! O ano da graça de 2008, que começou meio atrapalhado, terminou cheio de presentes e promessas. Aprendi muita coisa sobre este mundo vasto mundo e também sobre o meu coração. A publicação de Solidão Equilibrista e o encontro com Muad’Dib foram os presentes do segundo semestre. Conto hoje sobre a publicação e lançamentos de Solidão Equilibrista . Amanhã ou depois, conto sobre Muad’Dib. Como expliquei na crônica do dia 04 de setembro de 2008, Solidão Equilibrista foi uma “viagem” que durou quase 30 anos. Uma longa viagem, portanto. Há - naquele livrinho - poemas que foram gestados e paridos nos fins da década de 1970! Aquela poesia foi o meu candeeiro nos momentos de escuridão vividos aqui e ali ao longo dessas décadas nas três das cinco cidades mais importantes da minha vida...

Rumo a Sumé - Convite para Lançamento de Livros

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Aí Sonielson fez o convite que eu queria fazer: lançarmos juntos, em Sumé, os nossos livros. Aproveitar o ensejo do dia 8 de dezembro, festa de padroeira... Aproveitar a desculpa dos livros para visitar Sumé, ponto de partida e laboratório poético... Aproveitar e reencontrar velhos amigos... Então, sim, Sumé, próximo destino. Você está convidado para chegar lá. Dia 6 de dezembro, às 16 horas, no São Tomé Esporte Clube. Os livros a se lançar são os que aparecem acima, no convite. Eu e Sonielson nos apresentaremos um ao outro... Brevemente, claro, porque o que importa mais é o bate-papo informal com os amigos e velhos conhecidos que esperamos encontrar por lá. Obrigadíssima, Sonielson, por esse empurrãozinho...

Triste Fortaleza, ó quão dessemelhante...

O verso do título é de Gregório de Mattos, meados do século XVII e, em vez de Fortaleza, lia-se “Triste Bahia”. Mas é Fortaleza e as suas dessemelhanças (e inospitalidade) que me motivam agora, tempo de campanha para prefeito, a escrever um pouco. Vejo, sinto e me angustio todos os dias com as dessemelhanças em Fortaleza. Elas se expressam dos mais diversos modos e circunstâncias, mas é ao tráfego que me dedicarei aqui. Todos os dias me coloco no lugar dos pedestres que têm de atravessar a BR-116 à altura da Aerolândia. São milhares de trabalhadores que cotidianamente, no início da manhã, se arriscam entre os carros em alta velocidade para não chegarem atrasados nos seus empregos. Não tenho a estatística dos mortos, mas certamente aquele é um dos nossos mais importantes “pontos de óbito”. Do trecho que me concerne, viaduto da Oliveira Paiva, até a rotatória da Aguanambi, há apenas uma passarela. Isto já seria, em si, uma agressão àqueles trabalhadores. Mas a dessemelhança, o paradoxo, ...

Sobre a paixão

(in Solidão Equilibrista , Edições UFC, 2008) De que serve a paixão senão para transmutar o dia em borboletas, ruídos em vagalumes, e nuvens em deuses, cometas, zumbis? de que serve a paixão senão para me envolver nessa nuvem de desejo e me transformar numa mulher esguia, leve, com idéias e desejos se desprendendo de minha alma como bolhas de sabão? de que serve a paixão senão para nos transformar um pouco? nos carregar com as suas vagas para o meio do mar, e nos abandonar lá, no escuro, sem vento e sem prancha? de que serve a paixão senão para ver a dor tomando todos os cômodos da casa? todos os poros das paredes, móveis, lençóis? escorrendo devagar por todas as frestas e ralos? de que serve a paixão senão para deixar este deserto maior do que o Saara dentro de mim? É assim: quando se vai a paixão resta um oceano inteiro a se navegar... O mundo se apresenta em vestes menos espalhafatosas; meio cinzento, meio rosa-clarinho, às vezes amarelo-pálido... breves visões de oásis... Eu, me ol...

Brasileiras e samba em Chicago: modelando-se à luz do desejo do outro

(Este trabalho foi apresentado no Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder. Florianópolis, de 25 a 28 de Agosto de 2008. Disponível também no http://www.fazendogenero8.ufsc.br/sts/ST65/Bernadete_Beserra_65.pdf ) Taís descobriu-se sambista por acaso. Convidada por um irmão recém-chegado de Londres, aventurou-se a sair de Mount Prospect à noite para uma visita ao Mad Bar, onde o Chicago Samba se apresentava às quintas-feiras. Acostumada à sua vida mais tranquila e confortável no subúrbio, Chicago era, até então, algo distante, que não fazia muito parte da sua vida, a não ser durante o período de fim de ano, quando vinha com amigas olhar as luzes e a decoração natalinas. Da primeira dessas visitas, um trauma. Estacionou o carro numa das ruas que desembocam no Lago Michigan e quando voltou para pegá-lo, ele havia sumido. Foi assim aprendendo as regras daquela cidade bonita, mas intrigante. Inóspita? Não, hoje ela aprendeu que não e não consegue acreditar que não viu aquela placa de est...

Viagem Chile-Peru: de Santiago a San Pedro de Atacama

(Ainda para Circe, que gosta de viagens, de poesia e sempre me comove como o diabo!) Santiago, Aeroporto Merino Benitez. 5 de fev 2008. 7:30am Estou escutando Sampa (C Veloso) e, depois de dois dias intensos, finalmente parando por uns minutos enquanto espero o voo para Calama. De lá, pegaremos um táxi (?) para San Pedro de Atacama. Deborah sabe quase tudo que a espera, mas eu nao sei de nada, nao planejei nadas, mas tenho certeza de que saberei distinguir o que faz do que nao faz sentido fazer. Ontem à tarde, encontramos, nas Bellas Artes, um bairro daqui perto do centro, uns amigos seus que estavam vindo dessa aventura e, pelo que contaram, lembrei de Jericoacoara e todos aqueles passeios para turistas... alguns dos quais muito interessantes. Lembro-me particularmente de uma lagoa azulzissima onde eu e Marcus comemos o "melhor" peixe frito das nossas vidas. ====== Quando estávamos vindo pro aeroporto no taxi dirigido por Abner, conhecido da Deb, eu pensava sobre a integraça...

De quantos 11 de Setembro precisamos?

(o artigo abaixo foi publicado no jornal O Povo, alguns dias após 11 de Setembro de 2001. Resolvi postá-lo agora, sete anos depois, porque ainda o considero atual e também como testemunho de que permaneço ancorada no tempo presente) Foram confusos os meus sentimentos quando o meu filho me chamou para ver na televisão as primeiras notícias sobre o ataque ao WTC. Fazia pouco mais de um ano que havíamos voltado de uma temporada de 5 anos em Los Angeles e estávamos nos sentindo ainda muito ligados à vida e aos amigos americanos. Confesso que senti-me aliviada pelo fato de que o ataque era contra New York, não contra Los Angeles. As chances de que alguém conhecido estivesse àquela hora no WTC eram desprezíveis. Pelo menos eu não teria que chorar por ninguém em particular e anuviar, com isto, a minha primeira reação que foi, para susto e protesto dos meus filhos, a de satisfação. Não satisfação com a dor e a miséria de tantas pessoas. Satisfação porque alguém tivera a coragem de protestar, n...