sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Perdi o vôo...

Perdi o vôo, mas não a esperança... Mas me assustei um pouco. Não com o fato em si, mas imaginando o que seria dirigir uma hora até o aeroporto (LAX) e ao chegar lá descobrir que meu vôo havia partido há quase 24 horas! Considerando a possibilidade de tal pesadelo, saber, via telefone, que perdi o vôo não é grande coisa. Perdi e dou graças a Deus por isto: precisava de mais uns dias por aqui.

Ontem, na festa de despedida na casa de Armando, Maria praticamente me forçou a ligar para a Delta para ver a disponibilidade de vôos para daqui a uma semana, valor da multa, etc. Com o desemprego crescente, sempre há vagas. E a multa não é tão absurda assim: duzentos e cinquenta contos americanos. Engraçado é que eu e a funcionária nos demoramos na conversa e nenhuma se deu conta que àquela hora eu já deveria estar fazendo o check-in. Foi somente hoje, quando liguei para adiar, que soube que meu vôo já havia partido. Parece excesso de desatenção, mas não foi. Eu sairia de LA para Atlanta à 0:55 do dia 8. Horário ardiloso. Tinha que chegar ao aeroporto ainda no dia 7 e foi essa besteira que me pegou. A Circe, amiga minha, me contou outro dia que aconteceu a mesma coisa com seu filho que mora aqui, em San Diego. Não imaginei que cairia na mesma armadilha. Há outras consequências, além dos 250 contos: uma semana de atraso nos meus cursos. Uma palestra para escrever para o encontro internacional de capoeira em Jericoacoara... Um monte de coisas, sem dúvida. Mas voltar assim, nessa correria, sem tempo de respirar direito... Eu já sei que eu sou assim: gosto de ir ficando onde está bom. Mas não é só isto: quero mesmo ficar mais uns dias com a Kel. E encontrar melhor a Maria, a Jeannie e a Adriana. Nem sonho agora em rever outros amigos que poderia... Se o Paul souber que fiquei aqui todos esses dias e sequer lhe telefonei... Sem contar que é mais difícil ir encontrá-lo em Santa Bárbara... Mas foi tudo tão corrido que nem o oceano Pacífico vi. E os “meus” brasileiros de Chino, como estão? O clube das brasileiras, a Ivênia, a lua crescente lindíssima em Hollywood Hills?

A verdade é que somente terça-feira, depois do encontro com os advogados de Los Angeles, começamos a respirar direito. Até lá a tônica era o dueto ignorância, tensão e as suas consequências... Anteontem, enquanto jantávamos no tailandês amigo dela, do Towne Center, Maria me sugeriu ficar um pouco mais. Tudo ficou corrido demais nos últimos dias... Sem falar no outro pesadelo: o de conseguir um cartão emergencial do Banco do Brasil (visa). Melhor assim: me despedir de todo mundo homeopaticamente.

Um comentário:

Muad'Dib disse...

Bernadete,
Perdeu o vôo, mas ganhou tantas outras coisas ! um prazo suplementar para se despedir das pessoas que ama là. que legal, que sorte ! Uma semana a mais, là ! Então, não se preocupe com as coisas daqui : cursos, palestras, etc... ou sò homeopaticamente ! E, egoistamente, para nòs, leitores das “Sumehrianas“, uma outra semana là, talvez seja algumas crônicas estadunidenses suplementares... Força, coragem e, sobretudo, prazer de viver plenamente esta semana ganhada contra a correiria do mundo.